29 de novembro de 2018

Blockchain: saiba porque esse nome está tão em alta!

Introdução

Você já ouviu falar de blockchain, certo? Não? Talvez? Bom, independente disso, é um assunto que tem virado assunto no mundo da tecnologia e nós vamos deixar tudo claro para você ficar por dentro

Por volta do início de 2009 foi lançado um sistema de moeda digitalizado, as chamadas Bitcoins, e desde então elas vêm apresentando uma inovação gigantesca nos meios de pagamentos virtuais.

Ele tem um sistema de registro que é considerado a característica principal que o faz ser tão eficaz, o denominado Blockchain. Porém ele ficou um bom tempo sem que as pessoas percebessem sua eficiência.

O blockchain é um banco de dados com uma particularidade que dá a importância para esse mecanismo: ele funciona como um livro de registros, mas “inquebrável” e extremamente eficiente.

A tecnologia é tão curiosa que não demorou muito para as empresas criarem interesse, sendo bancos, seguradoras, empresas de seguranças, governos, e esses são apenas alguns exemplos, pois pode ser usado para inúmeras finalidades: financeiros, comerciais, governamentais, eleitorais e por aí vai.

Ainda está com dúvidas sobre esse assunto? Não se preocupe, é só continuar a leitura para entender melhor como o mecanismo funciona e porque é tão vantajoso.

 

A Bitcoin

Antes de continuarmos, vale deixar claro que quando o exemplo do Bitcoin for usado, eu me refiro a um sistema que funciona onde o “objeto” principal é a moeda virtual e funciona como um valor oferecido em algumas situações (mas nós já vamos chegar lá), porém você pode imaginar isso sendo usado em outros sistemas.

A importância aqui é entender que o Bitcoin é pioneiro com esse sistema, porém desvincular o blockchain das criptomoedas e a ideia de que o mecanismo só funcionaria nelas.

O blockchain é um registro que pode ser adaptado a inúmeras funções de inúmeras empresas, mas isso nós vamos entender mais pra frente.

Como posso conseguir Bitcoins?

Existem basicamente três formas:

  • Você pode ir em uma espécie de mercado virtual de criptomoedas (no caso, tem outras moedas além do Bitcoin), que é como se fosse uma casa de câmbio digital. Existem vários pela internet onde você pode comprar com dólares, euros, reais, etc.;
  • Alguém pode te enviar como forma de pagamento, seja por uma tarefa feita ou qualquer coisa parecida;
  • E você pode usar da “mineração”. Minerar bitcoins é algo um pouco mais difícil, pois você usa de um sistema que tem uma capacidade de processamento potente em um ou mais computadores, o uso deles é feito para resolver problemas matemáticos complexos para ser recompensado.

A partir disso, você ganha suas Bitcoins e as deixa guardada em uma “carteira” que é chamada wallets, um sistema que permite que controle seu dinheiro virtual, faça transações e acompanhe seus ganhos.

O Bitcoin é uma moeda que tem e gera valor sem um comando central, e é estranho pensar em como isso acontece, sendo que foge do padrão que conhecemos da valorização da moeda. Então como isso pode funcionar? Acontece que o Bitcoin é uma rede que gira de ponto a ponto (Peer-to-Peer ou P2P), que significa que as transações são gerenciadas por cada usuário, que são chamados de “nó”, que fazem parte do sistema.

Quando você realiza transações com Bitcoin, o sistema que está usando passa a fazer parte dessa rede por meio de sua wallet. Quando um nó sai da rede, independente do motivo, o resto do sistema continua funcionando por causa dos outros nós que ainda estão ligados. Caso fosse um controle central e este fosse violado ou derrubado, o servidor inteiro cairia.

Sendo assim, como a distribuição dos Bitcoins é feita? Quem realiza e se encarrega de validar as transações se não existe uma estrutura centralizada? É aqui que o blockchain entra, um registro que reúne as informações para processar e proteger as transações.

Então vamos finalmente entender o que é o blockchain.

 

Quem libera as informações?

No início pode parecer confuso, mas não é, então sem mais enrolação.

Tudo o que acontece nesse universo ocorre sem um líder para programar, tudo que ocorre precisa ter a ciência de todos, como uma união, então o que acontece para um, todos os outros ficam sabendo.

E o blockchain faz exatamente esse trabalho, cada nó tem o seu registro totalmente idêntico ao do outro, e qualquer registro será automaticamente replicado nos demais.

Assim, as cópias serão iguais para sempre. É um registro que não pode ser apagado e nem adulterado, e por conta desse fator, ele se torna parte essencial de um sistema que distribui as informações e recursos de forma eficaz.

 

O Blockchain

Bom, como estamos falando de um sistema de banco de dados distribuído e sem intermediários, precisamos de um mecanismo que todos possam confiar nas informações dadas para permitir as transações sem preocupações. O blockchain está aí pra isso.

Na tradução, o nome significa cadeia de blocos. É uma cadeia de blocos que contém um conjunto de informações do que foi feito (transações ou qualquer ação) registrado e é ligado a outros blocos de informações anteriores e sucessores.

Esses blocos são públicos para todos os nós (participantes) que têm acesso a essa rede. Podem também ser feitas alterações nesses blocos, porém os novos registros só podem ser executados perante a um processo de validação. Além disso, quando acontece uma atualização (legítima), todos os computadores são atualizados e sincronizados em questão de segundos.

Para evitar fraudes e verificar a veracidade de uma informação, existe um mecanismo de defesa no blockchain que é chamado de proof of work (prova de trabalho). De forma simplificada, é um código encontrado por meio de um problema matemático que valida uma transação em um nó.

Qualquer modificação adulterada na cadeia irá gerar um resultado diferente desse problema matemático, logo será um código diferente. Isso impede o processamento da transação e, consequentemente, o registro não acontecerá, pois não foi feita a transação.

Mas calma que logo vamos nos aprofundar nesse assunto.

 

Composição do Blockchain

Esse esquema de cadeia de blocos com estrutura distribuída é o que torna o Bitcoin (e, eventualmente, outras criptomoedas) tão confiável. Para entendermos melhor como isso funciona, convém olharmos um pouco mais de perto para os elementos que formam o sistema, começando pelos blocos.

Um sistema centralizado e um distribuído

Sistema centralizado e um distribuído

Nós

O Bitcoin, como já foi dito, é uma rede. E se você tem um computador com o software para fazer as transações de Bitcoins, você se torna um integrante, e logo, um nó.

Esse software ajuda na distribuição da cópia dos blocos atualizados em questão de segundos. Então toda vez que uma transação é feita, blocos vão sendo adicionados e todos os nós são comunicados com registros atualizados.

O mecanismo, por ser criptografado, impede que a rede seja invadida ou que outros nós sejam adicionados inadvertidamente.

Tem também o fato dos nós participarem da validação de transações. Uma transação é passada por uma série de procedimentos para verificar se houve consenso na realização do mesmo. Sendo assim, se você está recebendo Bitcoins como uma forma de pagamento, existe um processo de verificação entre os nós.

Por fim, essa transação será registrada no blockchain. E aí como esse registro não pode ser apagado, então ninguém consegue roubar Bitcoins fazendo alterações nos blocos.

 

Blocos

Você já sabe o que são os blocos, certo? Que eles contêm tudo registrado, que a transferência entre computadores é anotada e a cada transação é um novo registro que, logicamente, deve ser inserido em novos blocos.

O padrão no Bitcoin é: A cada dez minutos um bloco é fechado contendo todas as transações feitas nesse período. Vale deixar claro que esse período de tempo pode ser diferente em outros momentos ou sistemas que utilizam o blockchain.

Além dos registros, o bloco também precisa ter um código que liga ao bloco anterior e um próprio que irá conectá-lo ao seguinte (uma cadeia de blocos, lembra?)

Mas como são criados com segurança? Sem que corra risco de ser criado um bloco falso? É agora que vamos voltar aos códigos que havia comentado lá em cima.

Pode entrar, minerador!

 

Mineiros

Uma das formas de ganhar Bitcoin é fazendo mineração, certo? Então voltando ao assunto, os mineiros ficam encarregados de resolver os problemas complexos relacionados à criação de novos blocos e consequentemente validação das transações.

Um mineiro é basicamente um computador (ou várias em um sistema em conjunto) com um software específico usado para a realização dos cálculos. O mineiro é recompensado com bitcoins sempre que o processo é feito.

O software analisa todas as informações referentes ao bloco e executa uma fórmula matemática específica sobre esse conjunto de dados. Quando o resultado aplicado dessa essa fórmula é encontrado, surge um código que é chamado de hash.

O hash é um código com base hexadecimal, aqueles usados para reconhecer cores em alguns programas (por exemplo: #F90101, que é um tom de vermelho), então são formados por letras e números.

Cada conjunto de dados de um bloco é único, então toda vez que essa fórmula for aplicada em um bloco, o resultado será sempre o mesmo, legitimando o bloco criado. Porém, se o conjunto de dados sofrer alguma modificação, o código hash será totalmente diferente. Sendo assim não dá para ir adiante.

Um bloco contém seu próprio hash e o do bloco anterior. Dessa forma, será descoberto quando um bloco não é verdadeiro, pois o código será diferente dos registrados.

Registros na blockchain

Registros em cadeia de blocos

Resumindo

A essa altura já deve estar claro os motivos para o blockchain estar crescendo tanto nos últimos tempos, chegando a virar ponto de interesse para várias empresas. Então vamos retomar alguns pontos de forma resumida.

A forma que o sistema opera faz com que o blockchain não seja apenas inviolável, mas também “inderrubável” por funcionar sem um operador central. Para isso acontecer, o invasor precisaria do controle de mais da metade dos nós para realizar as mudanças por consenso.

E o controle de tantos nós exigiria um poder computacional enorme, então torna tudo inviável. Além de que a alteração de um registro precisaria da reescrita de toda base de dados, reforçando a inviabilidade.

 

Considerações

 

O assunto por ainda ser novo, está começando a ser idealizado em outras situações, mas é inegável o potencial que o blockchain oferece.

Claro que algumas considerações devem ser feitas, como o exemplo de empresas que precisam permitir que os usuários apaguem seus dados em respeito às leis de privacidade. A forma de funcionamento da cadeia é um obstáculo essa situação.

Além disso, existem cuidados também, em um sistema privado de uma empresa, se fizerem o uso de uma máquina centralizada que tem poder de comandar as outras, é necessária a garantia de um sistema eficiente de proteção. Caso contrário, um invasor poderá invadir o sistema da empresa, assumir o computador central e controlar todos os outros nós para modificar o blockchain da empresa.

Por fim, existem inúmeras vantagens para o blockchain, porém em cada caso em que o sistema é usado, é preciso avaliar a situação para encontrar possíveis aberturas.

Caso tenha mais interesse sobre o assunto, foram alguns textos foram referência para a criação do nosso texto:

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